sábado, abril 07, 2007

BERNARDINO RIBEYRO

Nota bibliografica de BERNARDINO RIBEYRO segundo:
- Diogo Barbosa Machado, 1741, BIBLIOTHECA LUSITANA, TOMO I, paginas 518-519.

BERNARDINO RIBEYRO natural da Villa do Torraõ na Provincia do Alentejo, Moço Fidalgo da Casa delRey D. Manoel, Capitaõ Mór das Armadas da India, Commendador de Villa Cova na Ordem de Christo, e Governador de S. Jorge da Mina. Teve por Pays a Luiz Esteves Ribeiro Thezoureiro do Infante D. Fernando filho do Serenissimo Rey D. Manoel, e a D. Izabel Pacheco filha do Dezembargador Diogo Pacheco Secretario das Embaxadas que este Monarcha mandou aos Summos Pontifices Leaõ X. e Julio II. e de D. Izabel Pacheco filha de Gonçalo Lopes Pacheco Depois de ter estudado Jurisprudencia em que sahio insigne, cultivou a Poetica com tanto applauso do seu nome, que mereceo as estimaçoens do Princepe desta divina Arte o divino Camoens chamando-lhe o seu Enio, sendo o primeiro que em toda Espanha compoz Sextinas em Redondilhas, e as Elegias em versos menores. Arrebatado de impulsos amorosos passava muitas noutes entre a espessura, e solidaõ dos bosques explicando junto à corrente das aguas com suspiros, e lagrimas a vehemencia de paixaõ taõ violenta que o obrigou a emprender impossiveis dedicando os seus affectos à Infanta D. Beatriz filha do Serenissimo Rey D. Manoel como elegantemente o cantou Manoel de Faria e Sousa na 3 Part. da Fuente de Aganip. Centur 2. Madrig. 33.
Bocacio Lusitano
En la empreza amorosa
De bella humana Diosa
Te constituye el hado Soberano
Alson de acorde Lyra
Adonde siempre en vano
Tu coraçon suspira
Viviendo de vanissimos amores
Moriste de dexarlos com dolores.
O´Bernardin feliz! Feliz tu suerte
Que un morir largo te atajo la muerte.

Casou com D. Maria de Vilhena filha de D. Manoel de Menezes filho de D. Jorge de Menezes quinto Senhor de Catanhede, e de D. Brites de Vilhena filha de Joaõ de Mello da Sylva, de quem teve huma única filha, e para testemunhar o excessivo affecto que teve a sua esposa, nunca quis passar a segundas vodas alludindo a esta resoluçaõ aquelles seus versos I. Part cap 21.
Pensandovos estou filha,
Vossa May me està lembrando.
Do seu talento poetico fazem illustre memoria Faria I. Partda Fuente de Aganip no Disc dos Sonetos ao principio; e na 3. Part no Discurs das Sextinas n. 20 na 4. Part das Elegias n 10 e no Comment as Rim de Camoens Tom. 5 pag 160 e Tom 2 p 44 na Europ. Portug. Tom 3 Part 4 cap 8 n 22. Joan. Soar de Brit. Theatr. Lusit. Litter lit B n 33 P Ant dos Reys in Enthus. Poet n 138.
Hunc prope Riberius stat quondam notus in Aula Dum Lysiae populis Sanctissima jura beatus
Rex dabat Emmanuel.
Por deligencia de seu parente Manoel da Sylva Mascarenhas fidalgo da Casa delRey,e Governador da Fortaleza de Outaõ se imprimio.
Primeira Parte de Menina, e Moça ou saudades de Bernardim Ribeiro. Evora por Andre de Burgos. 1557. 8. & ibi pelo dito Impressor 1578 e Lisboa por Pedro Crasbeeck. 1645. 8.
Egloga. Interlocutores Egestio, Dalio, e Laureno.
Tem no fim estas letras iniciaes D. B. R. Sahio impressa com as Rimas de Estevaõ Rodriguez. Florencia por Zenobio Pignoni. 1623. 8.
No Cancioneiro do P. Pedro Ribeiro escrito no anno de 1577 que se conservava na Bibliotheca do Cardial de Sousa esta huma sua excellente obra de eccos que começa.
Ecco pois pelo meu mal.

quarta-feira, abril 04, 2007

FONTES DOCUMENTAIS:

A vida de Fr. ANTAM GALVAM
Nota bibliográfica segundo Diogo Barbosa Machado, 1741, BIBLIOTHECA LUSITANA, Tomo I, páginas 180-181, Coimbra.

“ Fr. ANTAM GALVAM naceo na Villa de Torraõ da Diocese de Évora na Província do Alentejo. Teve por Pays a Joaõ Martins Galvaõ Alcaide mor da Villa do Torraõ, e a Izabel Pires Soares de igual nobreza à de seu conforte. Professou o habito de Eremita de Santo Agostinho no Convento de Évora a 2 de Janeiro de 1583. Foy ornado de hum engenho admirável com que brevemente naõ só comprehendeo a língua Latina, mas a Grega, e Hebraica. Naõ teve menor intelligencia para penetrar as cciencias mayores recebendo na Universidade de Coimbra o Grão de Doutor em Theologia em 16 de Junho de 1596 na qual foy Lente de Escritura por opposiçaõ, e sentença do Concelho della em 17 de Novembro de 1601. Neste ministério encheo as obrigaçoens de insigne Cathedratico concorrendo a ouvillo naõ só os professores desta faculdade, mas ainda do Direito Pontifício, e Cesario, de tal sorte, que sendo muito ampla a Aula, era limitada para o concurso dos ouvintes dezejando todos serem discípulos da sua doutrina, entre os quais se pòde nomear o Illustrissimo D Affonso Furtado de Mendoça entaõ Reytor da Universidade, e depois Arcebispo de Braga, e Lisboa, a quem particularmante explicou, por assim lho pedir este Prelado, os Psalmos de Dvid com igual espírito que sciencia. Morreo em Santarém a 20 de Setembro de 1609 com grande sentimento da Universidade por perder hum Varaõ, como dizem Fr. António da Natividade nos Mont. De Cor. Mont. 3 Cor. Unic. N. 303. – muito mayor, que a fama, que justamente alcançara, e Fr. Thomaz de Faria Hist. Dec. I lib. 9. cap. 8 – Quem Deus, et natura omnibus, qu³ ad animi illustrationem spectant, dotibus cumulaverat. Semelhantes elogios lhe fazem Joan. Suar. De Brito in – Theat. Lusit. Litterat. Lit. A n.83. Purificac. – Chon. Da Provinc. De Port. Dos Eremit. De Santo Agost. Part.2 liv.7. Tit.I §.4 ET DE Viris illustrib. Ord. Eremit. Lib.2 cap.17. assinandolhe nestas duas obras diferente dia, e anno da morte, e ultimamente o P. Fr. Manoel de Figueiredo no Flos Sanct. August. Tom.4. pag. 135.
Deixou M. S.
Commentaria in Prophetas Minores
Sermoens vários I. Tom.

Na Via Sacra do Collegio dos Eremitas de Coimbra tem este elogio.
Fr. Antonius Galvanus Doctor Theologus latina, Graeca, et Hebraica língua peritissimus in Conimbricensi Academia Vesperariam Sacrae Paginae cathedram septenio rexit. Obiit Quinquagenarius 20. Sept. Anno Domini 1609.”